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Um pouco de história da tecnologia musical (3/3)

MIDI – Musical Instruments Digital Interface – é um padrão criado no início dos anos oitentas, pelas maiores fabricantes de instrumentos eletrônicos, para que os instrumentos de diferentes marcas pudessem controlar serem controlados e
serem sincronizados entre si. Até então, o controle externo de um instrumento era feito por interfaces como o CV (control voltage) – basicamente o controle do instrumento diretamente nos circuitos VCO e VCF. O grande problema (ou
quem sabe a grande virtude) desse tipo de controle é que ele é analógico, o que acarreta certa imprecisão na informação de controle. O MIDI permite que se escolha qual timbre, qual nota, com qual intensidade, com qual balanceamento no estéreo, e outras informações referentes à execução do som, se deseja controlar. Mesmo hoje, quando poucos instrumentos continuam saindo com interface MIDI (os mais simples têm as interfaces MIDI substituídas por portas USB, o padrão de comunicação continua o mesmo, com poucas alterações -a mais destacada é o padrão General MIDI. A partir dos anos 80 até a atualidade, muitas tecnologias foram desenvolvidas, utilizando a tecnologia digital e a evolução dos computadores, chegando aos instrumentos virtuais, que recriam no ambiente computacional modelos que se assemelhem ao comportamento de um instrumento real; a utilização de samplers, que são instrumentos ou software que armazenam amostras dos sons de instrumentos verdadeiros, registrando o máximo possível de nuances de intensidade, vibratos, articulações e outras técnicas, que depois podem ser reproduzidas por um computador pessoal comandado por um aparelho controlador, que utiliza o protocolo MIDI desenvolvido há quase quarenta anos. E agora, os softwares de computador começam a “aprender” os estilos musicais, de forma que já é possível que o usuário escolha qual timbre / instrumento irá utilizar e com o estilo de qual instrumentista quer que se assemelhe a execução, acrescente a harmonia e/ou melodia básica, e o software criará / reproduzirá interpretação autêntica do tema. A tecnologia nos oferece infinitas possibilidades de criação, mas nunca irá se comparar à criatividade e interpretação do ser humano. Um dos motivos,
semelhante à história da distorção para guitarra, é que a nossa interpretação possui falhas, essas falhas não podem ser previstas; a música é uma arte viva, e cada interpretação é única; é possível que o intérprete erre duas vezes no
mesmo trecho, mas nunca as duas vezes errará de maneira idêntica, ao passo que a máquina sempre repetirá aquilo para o que foi programada, e mesmo que se agregue uma variável “erro” nos seus códigos, essa variável seguirá uma
regra e um cálculo. Assim, a tecnologia está ao nosso dispor, como ferramenta, mas os artistas continuamos sendo nós!
Até a próxima!

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